ATA DA SEXAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 23.08.96.

 

Aos vinte e três dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária foram votadas e aprovadas. Em prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Giovani Gregol, no dia de hoje, dando posse ao Suplente Darci Campani e informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs: 385, 386 e 387 do Senhor Prefeito Municipal; 2683/96, da Senhora Cecília Faloni Ferraz, Coordenadora- Geral do Fundo Nacional do Meio Ambiente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 21/95(Processo nº 155 7/95), o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/96(Processo nº 2008/96), os Projetos de Lei do Executivo nºs 45 e 46/96(Processos nºs 2142 e 2143/96); em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 107/96(Processo nº 1907/96); em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 43 e 44/96(Processos nºs 2097 e 2098/96), os Projetos de Lei do Legislativo nºs 109, 111, 112, 113, 115 e 116/96(Processos nºs 1954, 2005, 2006, 2007, 2011 e 2015/96) e o Projeto de Resolução nº 20/96 (Processo nº 2010/96). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Jocelin Azambuja teceu considerações sobre denúncia feita anteriormente, por Sua Excelência, a cerca de irregularidades na Licitação realizada pelo Governo Municipal para dragagem do Arroio Dilúvio. O Vereador Antonio Hohlfeldt relatou fatos ocorridos recentemente, os quais considera serem manipulados pelo Partido dos Trabalhadores, com o propósito de prejudicar sua campanha eleitoral e, conseqüentemente, a campanha da candidata a Prefeita pelo seu partido, PSDB, Deputada Yeda Crusius. Em continuidade, o Vereador Raul Carrion suscitou QUESTÃO DE ORDEM a respeito da vinda do Secretário Germano Bonow a esta Casa, para esclarecimento da Resolução São Pedro Cidadão, aprovada pelo Conselho Estadual de Saúde. Em resposta à Sua Excelência, o Senhor Presidente informou que a Mesa esclarecerá oportunamente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dilamar Machado discorreu sobre falsas denúncias publicadas na agenda de 1997 da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural-AGAPAN, as quais considera crime de calúnia contra sua pessoa e informando também da existência de publicações que afetam diretamente a moral desta Casa. Constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja, solicitando a inversão dos Projetos constantes na Ordem do Dia. Em continuidade, em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 76/96, por vinte e dois votos SIM dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum e Raul Carrion. A Emenda nº 01 a este Projeto foi aprovada por vinte e dois votos SIM, dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Henrique Fontana, João Dib, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luis Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion, Wilton Araújo e Darci Campani. Logo após, em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado, por vinte e dois votos SIM, o Projeto de Resolução nº 19/96, votando os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Verle, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion, Wilton Araújo e Darci Campani. Em continuidade, após ser encaminhado pelos Vereadores Paulo Brum, Maria do Rosário e João Dib, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, Requerimento da Vereadora Maria do Rosário solicitando o adiamento, por duas Sessões, da Votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 11/94, por onze Votos SIM e sete Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Fernando Záchia, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Darci Campani e Não os Vereadores Dilamar Machado, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum e Wilton Araújo. Em QUESTÃO DE ORDEM, os Vereadores Henrique Fontana, Luiz Braz e Clênia Maranhão inquiriram à Mesa sobre a distribuição prévia de material do Projeto de Lei que institui o Código Municipal de Saúde. Em resposta o Senhor Presidente informou-lhes que a Mesa irá tomar as medidas regimentais cabíveis. Ás dez horas e vinte e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta das Comissões, sendo retomados às dez horas e trinta e três minutos. O Senhor Presidente informa ao Plenário que tendo em vista a falta de “quorum” para a realização da reunião conjunta das Comissões, ficou prejudicada a votação do Projeto de Lei do Executivo nº 67/95, deferindo, ainda, Requerimento do Vereador Raul Carrion solicitando, nos termos do artigo nº 81 da Lei Orgânica, a inclusão do Projeto de Lei anteriormente referido, na Ordem do Dia, independentemente de parecer. Em prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador Henrique Fontana solicitando sejam as Emendas nºs 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 67/95, votadas em Destaque, separadamente. Em continuidade foi aprovado Requerimento do Vereador Raul Carrion, solicitando seja adiada, por uma Sessão, a Discussão do Veto Total ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/93. Logo após, foi aprovado Requerimento do Vereador Luiz Braz solicitando o adiamento, por duas Sessões, da Discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 17/94. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 05/95, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Dilamar Machado, Clênia Maranhão, Nereu D’Ávila, Artur Zanella, Darci Campani e Raul Carrion, deixou de ser votado tendo em vista a inexistência de “quorum”. Durante a Sessão, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Engenheiro Gianfranco Cimentti, a Requerimento do Vereador Clovis Ilgenfritz. Às onze horas e vinte e nove minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Paulo Brum, Isaac Ainhorn e Mário Fraga, e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Edi Morelli e Mário Fraga, estes últimos como secretários “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor  Presidente.

 

 

 

ERRATA

 

ATA DA SEXAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA  SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 23.08.96

 

- Após os registros referentes ao período de PAUTA, acrescentar “(...)Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib relatou visita efetuada à Comissão de Finanças e Orçamento da Casa pelo Secretário Municipal da Fazenda e teceu considerações acerca dos problemas finaceiros enfrentados pelos municipários de Porto Alegre, defendendo o pagamento, a esses servidores, da primeira parcela do décimo-terceiro salário(...)”. 

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn) : Há “quorum”.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1557/95 -  SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que cria, na Câmara Municipal de Porto Alegre, a Sala de Espetáculos Glênio Peres, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 2008/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Josué de Castro um logradouro irregular, localizado na Vila Nova Brasília, no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2142/96 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 045/96, que altera os artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 7726, de 19 de dezembro de 1995, referentes à unidade monetária do valor autorizado e às condições financeiras a serem contratadas, e dá outras providências (contrato de operação de crédito com o FONPLATA - recuperação de áreas degradadas do Arroio Dilúvio).

 

PROC. 2143/96 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/96, que altera os artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 7725, de 19 de dezembro de 1995, referente à unidade monetária do valor autorizado e às condições financeiras a serem contratadas, e dá outras providências (contrato de operação de crédito com o FONPLATA            - construção de Bloco Anexo e aquisição de equipamento para o HPS).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1907/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/96, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que concede o título honorifico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Rui Lúcio Ângelo.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2097/96 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/96, que altera dispositivos das Leis nºs 6203/88, 6253/88, 6309/88 e 6310/88, respectivamente, Planos de Carreira do DMAE, DMLU, Administração Centralizada e DEMHAB, e dá outras providências.

 

PROC. 2098/96 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/96, que desafeta de uso comum imóvel de domínio municipal.(Bairro Mont’Serrat)

 

PROC. 1954/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o Executivo Municipal a adquirir e fornecer o combinado de medicamentos para o tratamento de portadores do vírus “HIV”, e dá outras providências.

 

PROC. 2005/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Aderbal Rocha de Fraga um logradouro irregular, localizado na

Vila Nova Brasília, no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2006/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Angelina Gonçalves um logradouro irregular, localizado na Vila Nova Brasília, no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2007/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Abílio Fernandes um logradouro irregular, localizado na Vila Nova Brasília, no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2010/96 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Marcelino Prudêncio.

 

PROC. 2011/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua José Huberto Bronca um logradouro irregular, localizado na Vila Nova Brasília, no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2015/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a obrigatoriedade de divulgação dos valores pagos, com recursos do Município, por peças publicitárias.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos na Pauta.

Convidamos o Ver. Edi Morelli para fazer a chamada nominal para ingresso na Ordem do Dia.

 

O SR. EDI MORELLI: (Inicia a chamada nominal).

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Comunicação de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: Não pode mais. Mudou. A Mesa esclarece a V.Exas., que consoante manifestação da Comissão de Constituição e Justiça, após o início da chamada de ingresso na Ordem do Dia, não há mais condições. Este Vereador tinha uma posição diferente, inclusive, de que, feita a chamada e não declarado o ingresso na Ordem do Dia, poder-se-ia fazer uso de Liderança. No entanto, esse Parecer foi contrariado pela Comissão de Constituição e Justiça, que entendeu que, iniciada a chamada, não cabe mais pedido de Liderança.

 

O   SR. JOÃO DIB: Quero fazer uma counicação de Liderança. Estava ali, quando voltei já estava tudo pronto.

 

O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista os apelos e a importância das manifestações de Liderança, a Mesa reconsidera e dá a palavra ao Ver. Jocelin Azambuja para uma comunicação de Liderança.

 

O SR. EDI MORELLI(Questão de Ordem): V.Exa., usando o bom senso, atropela o Regimento da Casa, e abre uma exceção sem precedentes. Se nós já entramos na chamada Ordem do Dia, não pode interromper a chamada para verificação de “quorum” para uso de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, eu entendo a preocupação de V.Exa. Mas como eu havia acabado de ler os Projetos de Pauta, e não havia nenhum Vereador inscrito em Pauta, encerrei a Pauta. E, ato contínuo, evidentemente, é o Regimento que manda fazer a Ordem do Dia. Foi feita a chamada dos dois primeiros nomes, quando o Ver. Jocelin Azambuja solicitou tempo de Liderança. Na medida em que a questão de fundo, de conteúdo, de mérito, é superior à forma, achamos por bem, tendo em vista a importância das manifestações dos Partidos, com assento nesta Casa, de reconsiderar e declarar nula até a chamada iniciada, para proporcionar o direito de as Lideranças se manifestar: se não fizéssemos isto, correríamos o risco, inclusive, de não ter “quorum” na chamada da Ordem do Dia e prejudicar todo um trabalho, durante toda a manhã. Assim, até com as manifestações de Lideranças, nós teremos condições de, nesse curso, aguardar um número maior de Vereadores para que se inicie a Sessão, embora o Regimento seja claro em relação à hora de 1ª chamada e da 2ª chamada. Não é justificativa, mas imediatamente teriam que estar presente, porque sabem o horário dos trabalhos normais.

 

O SR. EDI MORELLI(Questão de Ordem): Em sinal de protesto pelo atropelamento do Regimento, este Vereador se retira do Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa faz um apelo ao bom senso, e pelo carinho e admiração que tem pelo Ver. Edi Morelli pede que ele permaneça. Ele sabe que vai reconsiderar.

 Com a palavra o Ver. João Dib, em tempo de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem, à tarde, a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal teve a satisfação de receber a visita de S.Exa., o Sr. Secretário Municipal da Fazenda acompanhado do responsável pela comunicação social da Prefeitura para prestar esclarecimentos. Evidentemente, uma das preocupações que este Vereador tinha era o funcionalismo público municipal recebendo pouco. O funcionalismo público municipal não foi recebido pelo Prefeito da cidade, Dr. Tarso Fernando Genro, apesar de uma audiência pedida há vários meses, por este Vereador, para ser acompanhado pelo SINDICÂMARA e pelo SIMPA para trocar idéias com a autoridade maior do Município. Mas, este Vereador também tinha uma preocupação com a recente Lei aprovada modificando o Estatuto do funcionalismo: a Lei Complementar nº 133 instituída no Governo João Dib e que determinava o pagamento do 13º salário para todos os servidores do Município. Esta Câmara, por unanimidade aprovou um Projeto de Lei modificando a Lei Complementar nº 133, dizendo que a partir de julho o Executivo poderia pagar de 30 a 50% do 13º salário, como forma de antecipação. O ilustre Secretário da Fazenda, de imediato, alegou falta de recursos. Iniciava dizendo que, por exemplo, de IPVA a Prefeitura já havia recebido o que deveria receber e pouco aconteceria no segundo semestre. 

Mas a rica Prefeitura de Porto Alegre, no primeiro semestre, recebeu 80% mais do que previa todo o ano. E vai continuar recebendo, ainda que pouco, durante o resto do ano. Do Fundo de Participação dos Municípios, a Prefeitura já recebeu, no primeiro semestre, 88% do previsto para todo o ano. Do ICMS recebeu 65% do previsto. E agora, com a arrecadação de julho, deve chegar perto de 80% - e sabemos que o ICMS passa a crescer agora. Do Imposto de Renda arrecadado na fonte, a Prefeitura já recebeu, nos seis primeiros meses, 82% do previsto, o que nos faz esperar, no mínimo, 70% mais do que aquilo que já foi previsto. Em outras receitas, o Município já arrecadou 4% a mais do que já estava previsto para todo o ano.

Então, este Município, dirigido pelo Partido dos Trabalhadores, que faz o Orçamento Participativo, não faz nada pelos municipários. Quando um Vereador, que já foi Prefeito, que é Vereador pela sexta vez, pede uma audiência com S.Exa., o Sr. Prefeito, não é recebido. Esse Partido diz que o salário do brasileiro tem baixo poder aquisitivo, há trabalhadores municipais que recebem muito menos do que muita gente por aí. Esse trabalhador não é recebido pelo Prefeito e vai continuar recebendo mal. A Prefeitura poderia, sem dúvida alguma, pagar 50% do 13º salário, porque são os balancetes da própria Prefeitura que dizem que ela possui mais de 40 milhões de reais em caixa. O pagamento dessa parcela do 13º seria uma forma de aumento de salário, porque os servidores estão pagando, pelo forte-cheque, juros de 9 a 12%. E o Município aplica - e tentou aplicar mais através de Projeto de Lei - no sistema financeiro, com ganhos de menos de 2%. As burras do Município estão cada vez mais cheias, enquanto que o bolso dos municipários está cada vez mais vazio e mais carente. Esse é o Partido dos Trabalhadores!

Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja, para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu no mês de junho, fiz uma denúncia em relação a um licitação feita, no ano passado, para dragagem do Arroio Dilúvio. Fiz o encaminhamento de Pedido de Informações ao Governo Municipal, que me foi respondido com alegações que não condizem, realmente, com aquilo que deveria ser: clareza total nas informações. Continua tudo obscuro. Houve uma licitação decorrente do Convite 27/95, tendo sido realizada nova licitação, Convite 04/96 para a realização de continuidade do serviço. O Governo Municipal disse que não houve outra licitação. Pelo que se verifica, também, o custo estimado entre uma licitação e outra e, vejam bem, Srs. Vereadores, teria que ter quarenta caçambas e só existem vinte, tendo prova documental, fotográfica de tudo isso. A empresa que estava fazendo a dragagem não tinha nem as caçambas necessárias previstas na licitação e as demais empresas consultadas, Ver. João Dib, na licitação, uma não possui caçambas e outra não opera em Porto Alegre, somente na Grande Porto Alegre e com dejetos industriais. Então, verifica-se que todas as empresas convidadas são do ramo de transporte de caçambas, mas a empresa Ecosan nunca atuou do segmento de transporte até hoje. A empresa Vertical só atua na coleta de resíduos industriais e a Valteri, convidada a participar da licitação, nunca atuou no ramo de transportes de resíduos. Interessante: ser convidada para uma licitação uma empresa que não atua no ramo. A empresa Dalmaz Rostirola, convidada a participar, possui até hoje 20 caçambas e um caminhão, não tendo condições de realizar o serviço proposto, que era de retirar 3.611 containers de resíduos. O DEP se apresenta a justificar que havia ainda o custo no mínimo de dois funcionários mantidos durante o período de dragagem e enchimento dos containers, quando pela simples leitura dos dois editais é evidente que, alterando-se tão-somente as datas das respectivas assinaturas, capacidade dos containers que passavam de 5m3  para 6m3. Só que o preço entre uma e outra concorrência aumentou mais de 100%. Por que teria o DEP infringido tal legislação? Desconhecimento da legislação? Ou teria havido teleguiamento no sentido de alijar as demais empresas que, atendendo a legislação só adquiriram containers com a cubagem permitida pelo poder público? Porque, embora se tenha reajustado valores e modificado edital para remoção das 40 caçambas, nunca se observou mais que 20 caçambas. As caçambas, ao final do dia, após preenchimento, ficam com apenas dois terços da sua capacidade, em torno de 4m3. Não cumpre, então, a licitação. Essa semana os proprietários da empresa vencedora agregaram mais 10 caçambas então 20 estacionadas, podendo-se observar tratar-se de caçambas recém-pintadas, mas ainda não chegam às 40 caçambas previstas. As caçambas ali depositadas não obedecem à legislação vigente, Decreto 11.339/95: ter mais de 5m3 de capacidade, não possuem adesivos reflexivos, de 10, 20, nas quatro fases, não são numeradas, o que dificulta ao apontador perceber quantas caçambas realmente chegam ao aterro. As caçambas não têm numeração. Não há como controlar quantas caçambas são recolhidas de dejetos do dilúvio. Então, nunca vai-se saber se está sendo cumprido o edital ou não. “Como tais caçambas estão sendo promovidas com apenas 2/3 da capacidade, 4m3 e não 6,5m3 previstos, estaria sendo conivente o DEP com tal situação”.

Só para encerrar Sr. Presidente, nota-se perfeitamente uma cumplicidade entre o Poder Público Municipal e a empresa vencedora do Convite nº 4/95, não se exigindo que a mesma cumpra o contrato nem cumpra a legislação vigente. Continua sem resposta a nossa exposição.

 

O SR. PRESIDENTE: Para concluir.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Então, Sr. Presidente, vou solicitar e fornecer esse material à Presidência, para que a Diretoria Legislativa forneça cópia aos Srs. Vereadores para que analisem se faremos ou não uma CPI, para investigar esses fatos que são extremamente graves. Para mim, é uma licitação que tem toda a aparência de totais irregularidades e beneficiamento direto a uma das empresas licitadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

               

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Condição de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero, em primeiro lugar, registrar a minha estranheza com alguns acontecimentos que vêm envolvendo a campanha eleitoral, especialmente do PSDB e a minha campanha em particular, em relação ao Partido dos Trabalhadores. Dois dias depois que o PSDB fazia a sua convenção municipal e homologava a listagem dos candidatos, uma cidadã, cobradora de ônibus da Companhia Carris Porto-Alegrense, dizendo-se injuriada e prejudicada moralmente com denúncias que eu havia feito em agosto do ano passado sobre o troco que não é dado nos ônibus e onde eu menos criticava os cobradores - apesar de alertar contra alguns cobradores que, de má-fé, se valem de passageiras mulheres para não dar o troco -, mas denunciava sobretudo a omissão da SMT, e a evidente má-fé dos permissionários de ônibus de Porto Alegre. Pois essa senhora cobradora da Carris, que havia estado aqui no gabinete, e sobre a qual eu havia falado, me contava que tem que sair uma hora antes de casa para passar num supermercado com uma nota de um real e trocar por moedas de um centavo, porque a Companhia Carris não lhe dá o troco de que ela necessita. Pois esta cidadã, repentinamente, no dia 20 de junho, quase um ano depois da minha denúncia, mas dois dias depois do lançamento da minha candidatura, em papel timbrado do Sindicato dos Rodoviários, assinado por um rábula chamado José Morais, entra com uma ação contra mim por perdas e danos morais. O rábula pede ao juiz que o Ver. Antonio Hohlfeldt seja citado na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e que ele seja processado e condenado a 20 mil reais de indenização à ilustre cobradora. É evidente que o juiz não tomou conhecimento da ação, pois o dito rábula cita um Vereador na Assembléia, além de atacá-lo, quando ele está no seu legítimo direito da função de Vereador da Cidade, defendendo o bolso do trabalhador no ônibus.

É muito curioso que, dois dias depois e 10 meses após o evento, essa moça seja manipulada, na tentativa de uma ação que quisesse, talvez, impedir a minha candidatura.

Também é muito curioso, Sr. Presidente - e eu ligo os fatos - que, sexta-feira passada, tendo a Deputada Yeda Crusius, com este Vereador, visitado a Direção do SIMPA, no dia de ontem, o Conselho tenha decidido destituir o Presidente do SIMPA- que abriu o voto em favor da Deputada Yeda Crusius- por malversação e desvio de verbas do Sindicato, sem que, em nenhum momento até então, Ver. Pedro Américo Leal, tivesse havido qualquer denúncia, qualquer desconfiança em torno do Presidente do SIMPA e do seu Tesoureiro.

Por fim, é muito curioso que, hoje, na campanha eleitoral, no horário gratuito, tenha, a Frente Popular, unicamente atacado a Deputada Yeda Crusius.

Como não acredito em bruxas e em acasos, penso que as três coisas têm algo a ver. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de ordem): Sr. Presidente, a minha questão se refere a pedir uma informação para a Mesa sobre o convite ao Secretário Germano Bonow, que, já antes do recesso, foi solicitado e aprovado por esta Casa. Queria complementar que no dia de ontem, 22 de agosto, completou o prazo para que o Governo Estadual cumprisse a Resolução São Pedro Cidadão, aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde, e ainda não foi cumprido. Inclusive, há possibilidade de o Conselho Estadual de Saúde ter de entrar na Justiça contra o Governo do Estado. Faz-se urgente a vinda do Secretário aqui para agilizar essa questão. Gostaria que me fosse informado em que pé encontra-se essa questão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa lhe responderá oportunamente pela relevância do assunto e pedirá os esclarecimentos à Diretoria Legislativa, e até tem conhecimento da morosidade no sentido de uma solução em relação a este problema.

O Ver. Dilamar Machado está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há pouco o Ver. Antonio Hohlfeldt tratava de um assunto que envolve problemas jurídicos. Darei início, nesta manhã, à divulgação de uma publicação, patrocinada pela AGAPAN, que tem como Presidente o Sr. Francisco Milanez, pessoa a quem não conheço, mas espero que seja uma pessoa responsável, porque responsabilizado será por mim, como cidadão, e provavelmente pela Câmara Municipal, como entidade. Estranhamente a AGAPAN está distribuindo, já na metade de 1996, a sua agenda para 1997: “25 anos de amor à Vida - AGAPAN”. Então a AGAPAN publica uma agenda, e já está distribuindo para o ano que vem, analisando o dia-a-dia da AGAPAN nos seus 25 anos de existência. Lá pelas tantas, a AGAPAN publica o seguinte: “dia 31 de maio de 1992 - o Presidente da Câmara de Vereadores, Dilamar Machado, propõe ao Ver. Gert Schinke a troca de papel da Riocell pela retirada do Mandado de Segurança que exige a reabertura da audiência pública”. Mais adiante - 1º de abril de 1992: “lideranças da AGAPAN e Amigos da Terra são informados por Gert Schinke da tentativa de suborno e Gert decide produzir provas, gravando seu próximo encontro com Dilamar Machado. Dia 7: o Vereador e conselheiro da AGAPAN, Gert Schinke grava a conversa em que Dilamar Machado declara ter recebido papel da Riocell. Reafirma a proposta de suborno.”

O que a AGAPAN não publicou é que o Ver. Gert Schinke já estava subornado há muito tempo pela Riocell - todos os jornais publicaram -, tendo recebido 40 mil folhas de papel da Riocell, no seu gabinete aqui na Câmara Municipal. O que a AGAPAN não publicou na sua agenda é que os Amigos da Terra tinham recebido muito papel da Riocell, como a própria AGAPAN e a administração do Sr. Olívio Dutra, conforme provas juntadas aos autos da CPI. O que a AGAPAN não publicou é que este Vereador foi inocentado pela CPI e que a empresa Riocell mandou, sob sua responsabilidade, um ofício à CPI declarando que até aquela data o Ver. Dilamar Machado nunca havia solicitado ou sequer recebido qualquer favor da Riocell. O que a AGAPAN faz nesta agenda é política suja, que mostra a face da AGAPAN, um organismo pobre pela falta de honestidade de seus dirigentes.

Quando alguém publica, de alguma forma, informações falsas da prática de um crime por outra pessoa, comete um crime clássico chamado calúnia. Representar contra o Sr. Francisco Milanez é o mínimo que eu farei como advogado. Mas peço, em nome desta Câmara, que o Presidente Isaac Ainhorn determine a sua Assessoria, à Mesa, que leia o que a AGAPAN publica sobre o histórico da Câmara Municipal. O que tem de calúnia nessa tal de agenda 97, distribuída na metade de 96, com a intenção clara de denegrir algumas figuras da política de Porto Alegre! Eu não sei qual o partido do Sr. Francisco Milanez, mas tenho uma leve desconfiança, pela prática, pelo estilo. Aqui nesta agenda diz a certa altura: “A Câmara Municipal vota em Regime de Urgência a dispensa de exame pelas comissões técnicas do Plano de Desenvolvimento Urbano, proposta pelo Prefeito Alceu Colares. E aprova modificações, favorecendo interesses do setor imobiliário da construção civil.” E por aí adiante.

Sr. Presidente, eu vou requer à Justiça Eleitoral a busca e apreensão dessa agenda, porque isso não é uma agenda, isso é um instrumento de ódio, de mentira, de falsidade, de calúnia. Isso desmerece uma entidade teoricamente de interesse público como a AGAPAN, que se mostra nesta hora braço podre de organismos partidários em uma tentativa absurda de denegrir a imagem de políticos que não têm nada contra a AGAPAN. Eu vou requerer a busca e apresentação dessa agenda, porque ela é caluniadora, é falsa, é mentirosa. E vou ingressar em juízo com uma ação minha, pessoal, contra esse cidadão Francisco Milanez. Espero que a Câmara Municipal, atingida frontalmente por essa agenda, tenha a mesma iniciativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

                  

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, tendo em vista a solicitação e manifestação do Ver. Dilamar Machado, solicita uma cópia e a junção das notas taquigráficas para avaliação por parte desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro a inversão da votação dos projetos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja (Pauta.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO contra os votos dos Vers. Antonio Hohlfeldt, Maria do Rosário, José Valdir e João Verle.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem) : Eu apenas quero pedir, respeitosamente, a V.Exª. que os encaminhamentos de votação fossem feitos um pouco mais lentamente. Sequer tive a chance de falar, e essa decisão do Plenário tomada açodadamente é prejudicial ao Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa V.Exa. que, como era um Requerimento bastante simples e estava sendo agregado de proposições, colocou de forma rápida.

 

O SR. ANTONIO HOLFELDT (Questão de Ordem) : Chamo a atenção do plenário para que todos os Projetos que estão sendo destacados são maioria absoluta, nós não temos maioria absoluta para votar, ou seja, é a mesma coisa que retirar o “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós fizemos a chamada, havia 23 Vereadores, agora há 24 Vereadores no trânsito do Plenário. Cidadão de Porto Alegre precisa de 2/3, Vereador.

 

    A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Requeiro que nessa inversão da ordem fosse privilegiado o processo do vale-refeição. Em que ordem ele ficou?

 

O SR. PRESIDENTE: Primeiro a Rampa Hidráulica - PLCL 11/94, e depois o Vale-refeição - PLE 67/95.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1524/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/96, de autoria do Ver. Mário Fraga, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Ricardo Leônidas Ribas. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Artigo 82,§ 2º, IV, da LOM:

- votação nominal nos termos do Artigo 174 do Regimento da CMPA:

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 76/96. A votação será nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 22 votos SIM.

 (Obs:. Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Giovani Gregol e dada posse ao Suplente conforme consta da Ata.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem) : Respeitosamente quero deixar a minha estranheza de dar posse a um Vereador no meio de uma votação, nunca vi isso na Casa, hoje é a primeira vez.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V.Exa. Ver. Antonio Hohlfeldt, que a votação do Projeto original já tinha sido encerrada e sido apregoado o resultado. Agora, frente à questão do “quorum” qualificado de um Projeto e, tendo em vista o fato de que o apregoamento de licença precede toda e qualquer matéria, deu imediatamente posse ao Ver. Darci Campani.

 

O SR. ANTONIO HOHFELDT: Sem querer dialogar com V.Exa., não interrompe votações.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra e respeita a posição de Vossa Excelência.

Em votação a Emenda nº 1 aposta ao PLL nº 76/96.

(Após a chamada.) APROVADA por 22 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1754/96 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/96, de autoria do Ver. Edi Morelli, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Antonio Cecchini.

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174 do Regimento da CMPA;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos para a votação do PR nº 19/96, que será nominal por solicitação do Ver. Paulo Brum. (Após a chamada.) APROVADO por 22 votos SIM.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0782/94 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/94, de autoria da Verª. Maria do Rosário, que regulamenta o Artigo 18 do Ato das Disposições Orgânica Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (adaptação de rampas hidráulicas, nos veículos do transporte coletivo, para uso dos portadores de deficiência física). Com Emendas nºs 01, 05, 06, 07 e 08.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02, 03, 04, 05 e 06, e pela rejeição da Emenda nº;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01, 02, 03 e 04, e pela rejeição das Emendas nºs 05 e 06;

- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela rejeição do Projeto e das Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06;

 

Parecer  Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB E CECE. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação das Emendas nºs 07 e 08.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM:

- Emendas nºs 02, 03 e 04 retiradas;

- adiada a votação por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento da Verª. Maria do Rosário, que requer o adiamento da votação do PLCL Nº 011/94 por duas Sessões.

O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Faço-me portador de uma reivindicação da Federação Rio-grandense de Entidades de Deficientes Físicos do Estado do Rio Grande do Sul, que solicitou encarecidamente que eu convencesse os Srs. Vereadores para que votássemos esse Projeto e acabássemos de vez com ele, uma vez que não vem ao encontro das reivindicações dos deficientes físicos de Porto Alegre, mesmo porque já está sendo implantado o sistema de transporte adaptado ao deficiente físico. Existe um problema consciente e conseqüente encaminhado pelos próprios deficientes, porque vem ao encontro da luta dos portadores de deficiência física de Porto Alegre. Por isso, peço que votemos contra esse Requerimento e que passemos, imediatamente, à votação desse Projeto para que a sociedade e a imprensa fiquem sabendo que os deficientes físicos estão cansados de serem usados em época de eleição com projetos mirabolantes que nada têm a ver com as suas necessidades, enfim, com as conseqüências que nós precisamos que aconteçam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

   

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, a Verª. Maria do Rosário está com a palavra.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu solicito aos Vereadores, especialmente ao Ver. Paulo Brum, que nós mantenhamos uma relação fraterna e cordial. Solicito o adiamento do Processo porque observo que, neste dia, não temos condições de votá-lo. Assim como o Vereador solicitou na última Sessão o adiamento, como Vereadora da Casa, eu peço a V.Exas. que também acolham o que eu acolhi do Ver. Paulo Brum, porque ele não podia estar na Sessão na última 4ª feira. Não quero nenhuma diferença de tratamento, quero a igualdade. Estou, neste momento, dentro do direito da possibilidade do nosso Regimento, pedindo o adiamento, porque preciso rebater e construir melhores argumentos, assim como o Vereador precisava na 4ª feira. Portanto, Srs. Vereadores, com toda a tranqüilidade de quem protocolou esse Projeto há mais de 2 anos na Casa e que cuidou muito dele também, peço a V.Exas. que o adiem por 2 Sessões. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, o Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou encaminhar favoravelmente ao adiamento do Projeto de Lei da Verª. Maria do Rosário. Vou fazer por uma razão: é possível que neste fim de semana a Vereadora consiga, examinando melhor o Projeto, uma Emenda diminuindo  o percentual de ônibus a serem adaptados. A Cia. CARRIS Porto-Alegrense que tem 250, 260 ônibus, apenas tem 5 ônibus adaptado. Parece que o Projeto prevê 20% da frota. É um número bastante elevado e bastante oneroso. Talvez, seja o caso de fazer uma revisão neste percentual. Voto favoravelmente ao adiamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Senhores Vereadores para que obedeçam os regulamentos de funcionamento do Plenário; um deles é o combate rigoroso ao tabagismo e a proibição do uso de fumo dentro do Plenário, alerta a esta Presidência, diligentemente, o Primeiro Secretário.

Em votação o Requerimento que solicita que seja adiada a votação do PLCL 011/94 por duas Sessões.

(Após a chamada) APROVADO o Requerimento de autoria da Verª. Maria do Rosário, por 11 votos SIM e 07 votos NÃO.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem) : Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uma consulta. No dia 7 de junho votamos - e foi aprovada por unanimidade - urgência para o Projeto de Lei que institui o Código Municipal de Saúde, e, até o momento, não recebemos o Parecer do relatório.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência vai solicitar à Diretoria Legislativa da Casa as medidas regimentais em relação a esse Projeto, uma vez que, requeria a urgência, há um prazo para a votação do relatório.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem) : Ainda com relação a esse Código, Sr. Presidente, já faz algum tempo que solicitei cópia para que minha Bancada pudesse tomar ciência dessa matéria e o que recebemos de resposta é que o Relator levou o trabalho para casa. Não consigo cópia, e, de repente, esse Projeto vai ser votado aqui no Plenário sem tomarmos conhecimento do assunto, já que temos urgência. O PT quer votar antes do dia 03 de outubro.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de Ordem) : Tendo em vista que o Código é um documento bastante grande e complexo e que exige que o Plenário o conheça anteriormente e que esse é um assunto da maior importância para a Cidade de Porto Alegre nós, da Comissão de Saúde, temos, reiteradamente, solicitado, ao Relator e da Comissão de Justiça, um cumprimento de prazo, para que a Cidade de Porto Alegre não fique prejudicada.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência, em face das informações e solicitações dos Srs. Vereadores, vai tomar as medidas regimentais cabíveis. Se está em urgência, está em regime de Comissões Conjuntas e, sendo assim, este Presidente designa relator e o Relator, na espécie, é o Ver. Reginaldo Pujol. Inclusive, na Comissão de Constituição e Justiça, o Sr. Vereador se recorda que no ano passado prolatou parecer nesse processo. Então, acho importante a preocupação do Ver. Henrique Fontana e a manifestação dos Vereadores Luiz Braz e Clênia Maranhão. Vamos, então, diligenciar para que, imediatamente, sejam tomadas as providências em relação a esse Projeto. A Mesa quer registrar com satisfação a presença, no recinto deste Plenário, do Ex-Deputado Federal e amigo desta Casa Dr. José Hugo Mardini.

A Mesa apregoa Requerimento do Ver. Henrique Fontana solicitando sejam as Emendas nºs 02 e 03 apostas no PLE nº 67/95 votadas em Destaque, separadamente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2401/95 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 067/95, que altera a redação dos incisos III e V do artigo 6º da Lei nº 7532, de 25 de outubro de 1994, que autoriza o Executivo Municipal a conceder Vales-alimentação. Com Emendas nºs 02 e 03, e Mensagem Retificativa.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR E CUTHAB, ás Emendas nºs 02 e 03 e à Mensagem Retificativa. Relator-Geral Ver. Antonio Hohlfeldt:

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM;

- Emendas nºs 01 e 04 retiradas;

- adiada a discussão por cinco Sessões;

- discutiram a matéria os Vereadores Raul Carrion, Maria do Rosário, Edi Morelli e Airto Ferronato.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 67/95.

Há alguns dias havia um Projeto na Ordem do Dia por força do art. 81. Na Sessão Ordinária foi retirado o art. 81. Na mesma Sessão o Ver. Luiz Braz ingressou com novo Requerimento de art. 8l. Evidentemente que naquela Sessão não se manteve o Processo naquela Ordem do Dia por força do novo art. 81. E se remeteu para nova Sessão Ordinária. Dentro dessa linha de raciocínio, se não for votado o Parecer Conjunto da Sessão, a Mesa deferirá o artigo 81 para nova Sessão Ordinária, com o prazo legal. O ato do artigo 81 não é um ato de plano, incluído na Ordem do Dia; ele tem que ser deferido ou indeferido. É um Requerimento que é examinado pelo Presidente.

 

(Às 10h28min) : Estão suspensos os trabalhos, para a sessão de Comissões Conjuntas.

 

(Às 10h33min) : Estão reabertos os trabalhos.

Não houve “quorum” no âmbito das Comissões Conjuntas para votação do Projeto de Lei que autoriza o Executivo a conceder vale-alimentação.

 

O SR. RAUL CARRION (Esclarecimento) : Eu pergunto se essa Presidência recebeu e deferiu o meu pedido de artigo 81, a partir da inexistência de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa comunica que recebeu, apregoou o Requerimento e, no momento oportuno, apreciará a matéria objeto do Requerimento.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem) : Sr. Presidente, faço esta Questão de Ordem em nome da Casa, pois estamos prestes a votar, sem discussão e sem encaminhamento, um Projeto que altera dispositivo de Lei Complementar e que “trata de gratificação individual de produtividade técnico-jurídica à aposentadoria”. Vejo, aqui, relatório do ex-Vereador Jair Soares, que é Deputado Federal há quase dois anos. É um Projeto de 94; portanto, antigo na Casa. Confesso a V.Exa. que não estou em condições de votar, pois não conheço o Projeto, e, pelo que conversei com Vereadores, a maioria não sabe sobre o que vai votar. Solicito a V.Exa. adiamento, por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V.Exa., com relação a esse Projeto, que foi aberta a discussão, que não houve, e cujo período foi encerrado. A Mesa colocou espaço para encaminhamentos, fase ainda vigente quando V.Exa. fez o Requerimento. Agora, só cabe adiamento de votação.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Por uma Sessão apenas, Sr. Presidente, para que se possa examinar melhor o Projeto. V.Exa. tem uma sugestão melhor? Duas Sessões?

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem) : Sr. Presidente, de acordo com o nosso Regimento, há um Processo a ser votado em primeiro lugar e que V.Exa. olvidou quando da Ordem do Dia: é o Veto. Eu gostaria que V.Exa., para não ferir o Regimento, desconsiderasse o encaminhamento feito e voltasse à votação do Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. tem toda razão; a Mesa reconsidera a sua decisão. Por um lapso desta Presidência, não houve a precedência do Veto, o que será feito imediatamente, em face da provocação de V.Exa., em bom momento.

 

DISCUSSÃO E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1704/93 -  VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/93, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a Lei Complementar nº 12/75 (Código de Posturas) no seu Capítulo III, e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela manutenção do Veto Total.

 

Observação:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um Requerimento do Ver. Raul Carrion, solicitando o adiamento da discussão por uma Sessão do PLCL nº 21/93. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Requerimento, fica adiada a discussão por uma Sessão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

                         

PROC. 1711/94 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 017/94, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985. (gratificação individual de produtividade técnico-jurídica - Aposentadoria). Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Jair Soares: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Darci Campani: pela rejeição da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 01.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento) : Sr. Presidente, requeiro que o PLCE nº17/94, tenha discussão adiada por duas Sessões.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Requerimento) : Sr. Presidente, eu já havia solicitado à Diretora Alceste a alteração de, ao invés de adiar a votação, adiarmos a discussão, mas aceito o Requerimento do Ver. Luiz Braz, para o adiamento da discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa submete à votação o Requerimento firmado pelo Ver. Luiz Braz. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Requerimento, está adiada a discussão por duas Sessões.

A Mesa recebe informações do Ver. Reginaldo Pujol, de que o relatório da Comissão já está pronto e que à tarde estará entregando ao Setor de Comissões para lavra da feição final.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem) : Ratificando o que V.Exa. acaba de informar, a entrega do relatório atrasou, por ter vários Vereadores que estão sempre a minha procura para novas Emendas. O Ver. Raul Carrion, ontem, acabou de me entregar uma nova Emenda.   

  

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0714/95 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera a redação do § 1º e suprime o § 2º do artigo 30 da Lei Complementar nº 12, de 07/0l/75, alterada pela Lei Complementar nº 254, de 22/10/91 (Código de Posturas do Município - restrições ao uso do fumo em bares e  restaurantes). Com Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Darci Campani: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02; Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação da Emenda nº 03;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02, e pela rejeição da Emenda nº 03;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02; Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação da Emenda nº 03;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Giovani Gregol: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02 e 03, e pela rejeição da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º,  I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga) : Em discussão o PLCL nº 005/95. O Ver. Dilamar Machado está com a palavra, para discutir.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os jornais de hoje publicam matéria ampla relativamente à sucessão presidencial dos Estados Unidos da América, em que o atual Presidente Bill Clinton baseia toda a sua campanha no combate ao fumo. Talvez para conquistar uma parcela do eleitorado que está impregnada, já há algum tempo, desse combate ao tabagismo, que hoje já não é mais tupiniquim, é algo mundial. No limite do território brasileiro, deve-se admitir que há uma Portaria do Ministério da Saúde determinando quais os produtos nocivos e, principalmente, que produtos são considerados entorpecentes e drogas afins. Por exemplo, cocaína, maconha, “crack”, LSD e outras drogas que não vou citar para não ferir suscetibilidades. De qualquer forma, o cigarro é um produto liberado. Diz o Ver. Clovis Ilgenfritz que o Brizola e a Neuza também são drogas, mas não é o que o PT pensa quando o Sr. Lula dá a mão para o Brizola e quer aliança. Isso é outra história. Com relação ao cigarro, o que há é uma advertência do Ministério da Saúde dizendo que o cigarro faz mal à saúde. Agora, tem tantas coisas que fazem mal à saúde! Famílias inteiras, firmas que fazem festa num determinado restaurante e vão parar no hospital com disenteria sob o efeito da salmonela. Quanto produto é vendido vencido no supermercado? Eu, na realidade, acho que esse Projeto do ilustre companheiro Wilton de Araújo é um Projeto restritivo, ele é discriminador, vai criar problemas para os bares e restaurantes, que já estão pelas caronas. Há restaurante fechando diariamente por falta de clientela. Ou o Governo da República deixa de ser hipócrita e retira o cigarro de circulação, proíbe a venda e o consumo de cigarro, se houver capacitação técnica, laudos que comprovem efetivamente que o cigarro mata ou que causa lesões cerebrais físicas ou psíquicas de natureza irreversível. Nesse sentido, eu tenho por vocação usar o lema de que é proibido proibir. Não gosto de proibição, não gosto de restrição. Fuma quem quer, quem tem capacidade de comprar o cigarro, quem tem capacidade de fumar. Dizem até que o cigarro é a morte lenta e o malandro diz: “Eu não tenho pressa de morrer.” Então, essa história de restringir me parece uma legislação absolutamente inadequada aos dias atuais, que me perdoe o companheiro Wilton Araújo, inclusive, ausente, pode ser o único voto contrário, o meu. Eu sou fumante e, se não fosse, faria a mesma coisa: fuma quem quer, o produto é liberado. Cada carteira de cigarro deixa para os cofres da União e do Estado mais de 80% do preço, é tudo recolhido, milhares de pessoas são empregadas neste País de desemprego na área do plantio e da produção de cigarro.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Vossa Exelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Realmente V.Exa., no início de seu discurso verbalizou um entendimento equivocado que, em tom de brincadeira, fiz com V.Exa. Eu gostaria de que não constasse a sua frase com relação ao Líder do PDT, Sr. Brizola, que eu considero muito. Era Isso.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Eu peço para retirar a frase do Ver. Clovis que eu repeti, mas eu até admito que V.Exa., não tenha esse pensamento, porque, apesar das divergências, eu tenho certeza de que tanto nós do PDT respeitamos a figura do Lula, embora possamos eventualmente não concordar com a sua política, como tenho certeza de que o companheiro do PT respeita a figura do companheiro Leonel Brizola. 

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Quando V.Exa. falou em estrela e falou em droga ...

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Então V.Exa. se referia à estrela? Então o equívoco foi meu.

Sr. Presidente, essa é a minha posição. Não é uma posição de Bancada, apenas me posiciono contra esse, como qualquer outro Projeto, mas votei contra o Projeto do próprio Ver. Wilton Araújo, que restringe o fumo aqui no Plenário e é uma vergonha! Inclusive eu, todo mundo fumando na janela, nos cantinhos, nos corredores como se estivessem praticando um crime.

O Ver. Wilton Araújo que me perdoe, mas vou encerrar citando Mário Quintana: “Desconfie dos que não fumam, eles não têm vida interior.” Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com a Verª. Clênia Maranhão para discutir o Projeto. Cinco minutos com V.Exa. São permitidos apartes.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Wilton Araújo traz a nossa Câmara, com esse Projeto, uma discussão que ocupou inclusive as manchetes brasileiras no último mês, tendo em vista a legislação federal aprovada quanto à restrição do cigarro. Acho importante nós, primeiro, resgatarmos que Porto Alegre é uma cidade que tem a tradição de estar sempre à frente das discussões políticas que se travam neste País. Já há algum tempo esse Projeto tramitava na Câmara, demonstrando a preocupação desta Casa em relação à questão da saúde, porque é isso que a gente discute quando se discute a questão do tabagismo, a questão da nicotina.

O Ver. Dilamar Machado fez uma afirmativa que me levou a ocupar a tribuna, tendo em vista que ele coloca a importância do cigarro vinculada ao crescimento da economia, ao aumento da arrecadação. Eu queria responder a essa afirmativa que o Governo brasileiro gasta na área da saúde com as pessoas que são atingidas pelo cigarro é muito maior do que se possa arrecadar, se nós considerarmos apenas a questão do ponto de vista financeiro. Queria dizer também que a regulamentação do cigarro não é uma legislação que tolhe a liberdade de quem fuma, mas é uma legislação que garante o ar, uma parte de saúde do não-fumante, que é prejudicado no seu espaço de trabalho.

No Rio Grande do Sul temos um motivo especial para restringir o uso do cigarro, tendo em vista que uma questão de saúde pública no nosso Estado: são as doenças respiratórias que atingem de uma forma especial a população de baixa renda, que tem problema de moradia, e a questão das crianças que são fumantes passivas, muitas vezes, desde o seu nascimento.

Estamos discutindo uma questão de saúde pública, uma garantia da pessoa não-fumante poder usufruir esse direito, e também uma proteção aos fumantes que são viciados, que, enquanto viciados, precisam da proteção do Estado. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem) : Solicito à Mesa que encaminhe uma homenagem póstuma a Jean Cimenti que faleceu hoje, Presidente do SINDUSCON, engenheiro, colega nosso na área da construção civil e, também, que se faça um minuto de silêncio em sua homenagem.     

 

O SR. PRESIDENTE: É muito justo que se faça essa homenagem a Jean Cimenti, que faleceu, aos 47 anos, nesta noite. Faremos essa homenagem, a pedido do Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

(É feito 1 min. de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Em 1975, mais ou menos, eu fazia parte, na época, da organização Lions Clube e, numa convenção em Gramado, apresentei uma Moção de Repúdio ao fumo em locais pequenos e restritos. Então, faz mais de vinte anos que participo dessa luta. Estudei em colégio protestante, o IPA, que combatia o uso do fumo e do álcool, e aprendi, já nos primórdios da minha infância, com médicos de Porto Alegre, que o uso do fumo fazia mal à saúde. Vejo com muito bons olhos e acho que Porto Alegre tem que adaptar-se à legislação moderna. Acho que o Ver. Dilamar Machado disse, não coloco restrições, porque é direito absoluto dele que, fumante, defende o fumo; agora, eu também, como não-fumante, defendo o espaço dos não-fumantes, porque uma das coisas mais impressionantes é o desrespeito dos fumantes em relação aos não-fumantes. Ainda ontem, cortava o cabelo em uma barbearia de poucos metros quadrados; o cidadão entrou fumando e, apesar de o barbeiro pedir que ele não fumasse, ele continuou fumando e substituiu uma cadeira com o cigarro na boca, num flagrante de desrespeito às pessoas que estavam ali, inclusive menores, que, certamente, foram atingidos pela fumaça. Hoje está comprovado cientificamente que a absorção do cigarro em ambientes restritos faz mal aos não-fumantes. E é esse direito que acho que tem que ser respeitado em nome da saúde, já não é uma questão ética. Não são poucos aqueles que participam de reuniões em recintos fechados. Nós, aqui, Vereadores, no inverno participamos, e aqueles que fumam acham que aquela fumaça não vai fazer mal e não daria problema; quando chega à noite, se não tomarmos banho com lavagem na cabeça, sente-se o cheiro no travesseiro, absorvido em uma reunião pela manhã cedo. A primeira providência do Ver. Wilton Araújo foi uma metragem de 100m. A época eu discordei, achei que tinha que ser menos, mas houve um acordo. Hoje, o Vereador está reformulando a Lei e eu acho que ela é absolutamente pertinente. Ele quer colocar divisória, aqui no Projeto. Mais uma vez eu vou manifestar a minha contrariedade; é a mesma questão dos aviões: uma vez eu viajava em um avião para Porto Alegre e vinha na parte dos não-fumantes. Eu vinha sentado na parte do lado de um cidadão que vinha sentado no meio, mais ao fundo, ele fumava charuto - eu não sei se o ar condicionado não funcionava - , veio todo o cheiro para mim e na hora da refeição eu fumei o charuto junto com a refeição. Então, não tem que ter essa divisão porque ela é fria. Tem que ser como nos Estados Unidos: proibido o fumo em recintos fechados, públicos ou privados. Em Nova Iorque, aonde eu fui em julho, vi todo  mundo fumando na rua. É um absoluto respeito pelos cidadãos não-fumantes e à saúde. Isso vai chegar no Brasil.     

Então, eu discordo da timidez do Projeto que põe divisórias. Essas divisórias não irão até o teto e a fumaça irá refletir nos não-fumantes.

Está nos jornais de hoje que o Presidente Bill Clinton está fazendo campanha em cima de restrições à indústria de fumo. Que diferença do Brasil para os Estados Unidos! Lá o Presidente faz campanha; aqui, se houver uma campanha dessas, realmente, tem problemas econômicos, porque o imposto carreado pela indústria tabagista, atualmente, no Brasil é muito grande. Eu rio da propaganda: primeiro aparece uma enorme propaganda de fumantes na televisão e depois aparece um cartazinho dizendo que o Ministério da Saúde adverte que faz mal para a saúde. É uma brincadeira. Às vezes, quase um minuto de fantasia, de cavalos e etc. e, depois, um cartaz dizendo que faz mal para a saúde. Ora, quem é discorda das coisas científicas, comprovadas cientificamente? Hoje é cientificamente provado que o uso do fumo mal à saúde.

Para encerrar, assisti anteontem a um belo debate na TVCOM a respeito de questões de maconha.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum e o Ver. João Dib se inscrevem e cedem o tempo a V.Exa.. O Ver. Artur Zanella, o Ver. Darci campani e o Ver. Raul carrion estão inscritos, mas não há nenhuma discordância. V.Exa. tem mais cinco minutos.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Agradeço ao Ver. Paulo Brum e ao Ver. João Dib, que me cederam o tempo, porque eu só queria concluir esta parte.

Neste debate, foi impressionante. Eu conheço o Dr. Ricardo Faes, que é um eminente médico, e conhecia, de voz, o Dr. Rebelato. De um lado o Dr. Rebelato e um maconheiro. Ele não escondeu que era maconheiro. Do outro lado, o Dr. Ricardo Faes e o Carl Lopes, aquele que, depois de 17 anos de uso de drogas, hoje está lançando o seu segundo livro “Cara a Cara com a Droga”, o primeiro livro “Ala Fechada”, eu li, é uma maravilha, sobre uma clínica, aqui, no Campo Novo, em Porto Alegre. O que o Dr. Rebelato defendia é que a maconha tem que ser tratada medicamente. O cidadão maconheiro defendia o direito de usar maconha. Tudo bem, estava lá, é um direito, hoje em dia, assegurado pela Constituição. Agora, o Dr. Ricardo Faes, que eu conheço pessoalmente, ele é dos Conselhos Municipais, “deu um banho”, mostrando cientificamente males. O rapaz, então, argumentou que o componente da maconha, o THC, faz bem para algumas doenças. O médico respondeu: só o THC, porque a mistura faz um mal impressionante à saúde. Ele comprovou cientificamente que é só conversa de que maconha faz menos mal que o cigarro e o próprio cigarro, que causa enfisema pulmonar nas vias respiratórias. É um cientista falando e, graças a Deus, ele tinha conhecimento suficiente para derrubar todas as outras teses fantasiosas, teses mirabolantes, de que maconha possa fazer bem. O próprio Gabeira, quis aproveitar alguma coisa, é questão para outro “papo”. Não se iluda com algum componente da maconha ou de qualquer outra droga, e o cigarro é uma droga. Nos Estados Unidos é considerado oficialmente uma droga. O presidente Bil Clinton está fazendo campanha para a sua reeleição contra as indústrias tabagistas, ou seja, ele sabe que um povo culto sabe o que é uma droga. Nesse programa foi uma hipocrisia tratar a maconha como droga e não tratar o cigarro e a bebida. Inclusive se permite a venda livre da bebida e se sabe que causa dependência. Agora, a dependência da maconha é muito maior do que a do cigarro, embora a gente faça leis para que menores não comprem bebidas, mas a fiscalização, lamentavelmente, não está sendo rigorosa até por impossibilidades técnicas, mas a Câmara Municipal está avançando e o Projeto do Ver. Wilton Araújo é um avanço. É tímido, mas é um avanço. Eu voto favoravelmente, porque de avanço em avanço nós chegaremos lá.

Acho que devemos partir para outras campanhas, nas escolas. Vejo aqui estudantes mirins, mas é bom que se diga que se faça campanha de educação por que, às vezes, existem placas proibindo o uso do fumo mas não adianta, as pessoas continuam fumando e ninguém vai lá e diz para  as pessoas não fumarem. Ninguém quer comprar briga. Eu já me retirei de um restaurante aqui em Porto Alegre. Estava em uma parte de não-fumantes e uma mulher estava fumando sem parar. Como estava com a família e não queria discutir e me enervar com uma mal-educada, me retirei do restaurante. Acho que a educação é muito importante, é como no trânsito. Enquanto não houver educação neste País não vão parar as loucuras. Deve ser delito doloso quando o motorista estiver dirigindo alcoolizado e espero que o novo Código Nacional de Trânsito assim o coloque.

Acho que não adiantam leis se não houver a conscientização, educação das pessoas para respeitarem as leis. Mas, sem lei é muito pior. A lei que o Ver. Wilton Araújo pretente é boa e eu sou favorável a ela. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)  

    

O SR. PRESIDENTE: Antes de passar a palavra ao próximo orador, registramos, com satisfação, a presença da Escola Estadual São Caetano, as crianças de 1ª a 4ª série que estão fazendo uma visita à Câmara Municipal de Porto Alegre e agradecer a presença das professoras e das tias em nome da Profª. Sirlei Duarte, que é a Diretora. Sejam bem-vindos à Casa do Povo. (Palmas.)

O Ver. Artur Zanella esta com a palavra.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero saudar nossos estudantes e professoras que aprendem como a democracia funciona. Inclusive gostaria que eles soubessem que em cada gabinete dos Vereadores tem uma caixa de som. Os Vereadores estão escutando o que eu estou dizendo aqui, porque se retiram às vezes para atender pessoas. O fato de haver muitas cadeiras vazias aqui não significa que as pessoas não estejam escutando. Espero, por exemplo, que a Verª. Clênia Maranhão esteja me escutando, porque eu escutei a Verª. Clênia, e ela foi radical contra o fumo, dizendo que as despesas com saúde são maiores do que as receitas arrecadadas. A Verª. Clênia Maranhão deveria dizer isso para o Sr. Antônio Britto e para o Sr. Buzatto, que há poucos dias, com grande pompa, com grande alegria de todos, anunciaram a criação da maior fábrica de fumo do Rio Grande do Sul. E foram rapidamente a Santa Cruz do Sul, onde o candidato do PMDB estava patinando, para dizer que Santa Cruz do Sul iria ser beneficiada com aquela fábrica de fumo, que é a maior do mundo, e com isso o candidato do PMDB de Santa Cruz deslanchou definitivamente. É esse tipo de raciocínio contra o qual me insurjo às vezes. Um raciocínio aqui e um raciocínio lá na Pça. da Matriz, na Assembléia. Quer dizer: aqui a minha querida Verª. Clênia Maranhão é contra a fábrica de fumo. O Senhor Governador, o Secretário da Fazenda, Dr. Buzatto, lá em cima, encheram esse País de propaganda da fábrica de fumo, pedindo incentivos fiscais a uma fábrica de cerveja, a fábrica de cerveja BRAHMA que também causa problemas à saúde. Feito este comentário, eu não sou Corregedor desta Casa, eu não critico ninguém e nem estou criticando a Verª. Clênia Maranhão. Jamais faria isto, ainda mais para uma dama e nem para os homens também, nem na sua ausência, mas como ela deve estar me escutando, eu estou dizendo isto com toda a tranqüilidade. Tem que dizer para o Dr. Antônio Britto. Eu vi a figura do Dr. Bonow, eu conheço o Dr. Bonow há 40 anos. Eu estudei com o Dr. Bonow. Ele, Secretário da Saúde, estava lá elogiando uma fábrica de cigarros e uma fábrica de cerveja. Eu nunca fumei na minha vida, acho que tem que separar as coisas.

A Sra. Clênia Maranhão: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O meu Partido, assim como o seu, são Partidos democráticos e eu, assim como V.Exa., sou uma Vereadora dessa cidade que tem um compromisso com os meus eleitores, com as posições que sempre defendi. V.Exa. não defende tudo que o Dr. Brizola manda. Eu acho que não. No meu Partido também, nós temos o direito de ter posição diferente. O que eu questiono e V.Exa. tem que questionar é se o meu mandato está a serviço das propostas de campanha que tenho defendido. Eu tenho mostrado isso.         

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Eu só pedi para V.Exa. dizer ao Dr. Britto isso, porque somos massacrados por essa propaganda de que vai crescer a renda e tantos empregos. Quem é contra aquela fábrica é contra o emprego, contra impostos e não é. O Ver. Wilton Araújo separando as coisas, acho que está bem. Eu sou contra a proibição. O Projeto do Ver. Wilton Araújo é bom e vou votar a favor do mesmo. Alerto que é de difícil aprovação porque a Bancada dos fumantes é extremamente forte nesta Casa e eu temo pela não-aprovação do Projeto nessas circunstâncias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Darci Campani está com a palavra.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois da intervenção do Ver. Artur Zanella, fica bastante difícil fazer um pronunciamento em relação a esse Projeto. O que me instou a fazer  este pronunciamento foram as palavras do Ver. Dilamar Machado, que, como fumante, poderia ter usado argumentos mais razoáveis para defender o tabagismo do que dizer que ele gera renda. O tráfico de drogas também gera renda. É só irmos aos pontos tradicionais de Porto Alegre - que infelizmente a polícia nunca descobre - e veremos recursos gerados pelo tráfico de drogas. A prostituição infantil também gera renda e provavelmente até impostos, porque ela é realizada em estabelecimentos oficiais, às vezes.

No ano passado, tentamos aprovar, nesta Casa, moção contrária à renovação da autorização de operação da empresa Celulose Cambará, perto de Vacaria. Essa empresa gera impostos e empregos, mas, se fizermos um balanço entre o que gera de receita e o que gera de danos à vida, provavelmente o saldo seja muito negativo.

Ontem eu estava debatendo, com o Presidente da Associação de Proteção à Natureza do Vale do Gravataí, a proposta de uma implantação de uma indústria de cerveja no Município de Viamão. O Sr. Renato Ribeiro está preocupado com o açude que ele utiliza na sua plantação de arroz, que também causa problemas à natureza, mas que é geradora de alimentos. Provavelmente, seu açude vai secar, devido à quantidade de água que a cervejaria vai precisar para seu abastecimento.

Além disso, sabemos que, no Brasil, a indústria é implantada e somente depois de muitos anos a fiscalização exige o tratamento dos efluentes, que, no caso da cervejaria, vão ser depositados no Banhado Grande do Gravataí.

Viamão é um Município que precisa de indústrias, mas se formos fazer um balanço entre o que ela gera e o que ela vai produzir de desgaste à natureza e à própria população em sua volta, tranqüilamente vai ser negativo. Quanto ao consumo de drogas, teríamos que remontar um pouco os nossos antepassados. O grande problema no consumo de drogas é conseguirmos usá-las racionalmente. Por exemplo, os pajés se utilizam de drogas em cerimônias espirituais, onde não se poderia, até por uma questão cultural, proibir a utilização das drogas.

Agora, o problema maior, é eu entrar em um restaurante e ser obrigado a fumar o que os outros fumam ou, senão, sair e procurar outro restaurante onde não haja pessoas fumando, isso é fora de propósito. Se eu quiser usar algum tipo de droga o problema é meu, agora não posso impor às pessoas que utilizem o mesmo tipo de droga. Quanto à timidez do Projeto do Ver. Wilton Araújo, em impor um anteparo - o Ver. Nereu D’Ávila disse que era tímido, porque simplesmente previa anteparo - isso é claro, cabe à Lei, quando regulamentada, informar se o anteparo vai do chão até o teto ou qual a qualidade do anteparo para que se tenha essa separação física. Então, o Projeto é bom e as Emendas melhora bastante o Projeto e deve ser aprovado por esta Casa, em respeito à vida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Estamos usando tempo de discussão em nome da Bancada do PCdoB para manifestar a nossa posição favorável ao Projeto e   às Emendas 1 e 2, e a nossa posição é contraria a Emenda 3.

Primeiro, é correta a posição daqueles que, aqui, afirmam que o fumo é causador de grandes males para a saúde do fumante, e o pior - nos dias de hoje - também para o não-fumante. O bem que possa gerar empregos, etc., como muito bem foi colocado pela Verª. Clênia Maranhão - é muito menor que o mal gerado pelo fumo.

Esse Projeto - e aqui há uma grande confusão - não veda o fumante, não impede o fumante. O seu objetivo é garantir ao não-fumante o direito de não ser obrigado a fumar! Se alguém fumar, terá o seu espaço. Mas por que eu - que não sou fumante - sou obrigado a fumar, apesar de não gostar, e de saber que é um prejuízo para a saúde? Hoje, ao haver, no mesmo ambiente, a coexistência do fumante e do não-fumante obriga-se o não-fumante a fumar... O fumante quer se matar lenta ou rapidamente? Tem o seu direito! Mas o não-fumante tem que ter o direito de não aspirar o fumo que a ele faz mal.

A Emenda 3 exime da lei os estabelecimentos com menos de 100m2. Mas é exatamente nos estabelecimentos menores que o problema é mais sério, pois não há a vazão da fumaça gerada pelos fumantes, que, de uma forma inconsciente, estão agredindo os seu companheiros. Se o ambiente é muito pequeno, aquele estabelecimento deverá dar a orientação de que ele é destinado só para não-fumantes. No caso de não ter espaço para fazer divisória. Se quer fumar, a porta fica perto; vai ali fora, como aqui neste recinto, que deve ter mais de 100m2. Quanto ao argumento de que é permitida a liberdade de fazer o que cada um quer, inclusive prejudicar os não-fumantes, então não haveria razão de ser proibido o fumo nos hospitais e numa série de recintos, onde, por razões óbvias, é necessário proibi-lo. Resumindo - porque os Vereadores presentes e atentos são em número muito reduzido, afora alguns espectadores que nos honram com a sua presença - encaminhamos a favor do Projeto, a favor das Emendas 1 e 2 e contra a Emenda 3. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum” para dar prosseguimento a Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 11h29min.)

 

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